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Mais da metade da população de 71 cidades do Ceará vive em extrema pobreza

Publicada em: 19/07/2022 08:05 - Exemplo de categoria 1

O Ceará vive dividido por uma fronteira invisível. De um lado, bilionários; do outro, miseráveis. De um lado, mansões de portas imensas; do outro, “moradas” sem porta, as ruas. Nesse estado de desigualdades, 71 municípios (veja mapa abaixo) figuram numa lista indigesta: neles, pelo menos 50% da população é extremamente pobre.

Em 2022, mais de 3,4 milhões de pessoas integram famílias em situação de extrema pobreza, inseridas no CadÚnico, do Governo Federal. Isso é mais de um terço de quem vive aqui. 

Os dados são do Ministério da Cidadania, tabulados e cruzados pelo Diário do Nordeste. Para o CadÚnico, vive em extrema pobreza a família que tem renda mensal per capita de até R$ 105.

Colocando uma lupa sobre as localidades, Antonina do Norte se destaca: com uma população estimada de 7.402 pessoas, o município tem 5.317 pessoas em famílias extremamente pobres – ou seja, 71% da população.

Penaforte e Trairi aparecem em seguida, com 68% e 67% da população inserida em núcleos familiares cadastrados no CadÚnico como “em situação de extrema pobreza”.

No outro extremo, Horizonte, Juazeiro do Norte e Russas são as cidades com menor proporção de pobreza: respectivamente, são 18%, 20% e 23% da população vivendo em contexto de vulnerabilidade extrema.

“POBREZA É ESTRUTURAL"

Vitor Hugo Miro, economista e coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP) da Universidade Federal do Ceará, destaca que a recessão impulsionada pela pandemia foi amenizada por benefícios como o Auxílio Emergencial, mas com a descontinuidade dele, “a renda das famílias declinou e os indicadores de pobreza sinalizaram isso”.

AUXÍLIO BRASIL NÃO CHEGA A TODOS

Em abril deste ano, segundo dados do CadÚnico disponíveis para consulta pública, mais de 1,3 milhão de famílias cearenses estavam cadastradas como extremamente pobres”. Delas, pouco mais de 112 mil não tinham acesso ao Auxílio Brasil, antiga Bolsa Família.

“Claro que essa política (PAB) vem permeada por diversas dimensões: famílias com gestantes precisam fazer acompanhamento médico para receber o benefício; em famílias com crianças e jovens, eles devem estar matriculados na escola.”

Para complementar o auxílio federal, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), cita 4 "políticas públicas estaduais voltadas à população em situação de vulnerabilidade: 


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Theyse Viana

Fonte: Portal | Diário do Nordeste

Foto: Reprodução

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